Rodoanel provoca desmatamento na Serra da Cantareira sem recompensar municípios
A construção do trecho norte do Rodoanel continua desmatando áreas verdes da região da Cantareira sem que seja calculado o resultado do impacto ambiental. A obra que é realizada pela Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A) – sociedade econômica controlada pelo Governo do Estado de São Paulo – e licenciada pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) – ligada a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo –, deveria recompensar as cidades que ficam ao redor da obra.
A medida prevê que tanto São Paulo, quanto Guarulhos e Arujá, cidades afetadas diretamente pela construção, pleiteiem bonificação em dinheiro, mas ainda não receberam nenhuma quantia. Em contrapartida, a Dersa admitiu possuir uma quantia de R$ 25 milhões referente a um fundo estadual ambiental, que pode ser solicitado pelos municípios através de projetos formais.
Já Cetesb confirma que não há documento legal assinado entre o município de São Paulo e a Dersa, mas que existem compromissos firmados que comprovam o andamento das negociações, como a liberação de R$ 60 milhões para construção de parques municipais.
O trecho norte do Rodoanel, com previsão de término em 2016, vai atravessar sete parques municipais. Dois deles, o Parque Itaguaçu e Parque do Bispo, já estão em fase de desmatamento. Até o momento, menos de 1% dos 144 hectares de mata nativa da Serra da Cantareira foram devastados. O impacto do empreendimento não será maior porque uma parte será subterrânea.
Os parques do lado de São Paulo vão ser divididos pela estrada, o que causará um enorme dano tanto para a vegetação, quanto para os animais que vivem no local.
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