Publicado em: 29/09/2010 - 13:33
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LEIA PARA SABER MAIS: Pra que serve o RODOANELde São Paulo?
A OAB Santana, através de sua comissão de meio ambiente, convidou a DERSA para dar as primeiras informações à comunidade sobre a proposta do Rodoanel na Zona Norte. O evento também foi uma oportunidade para que a empresa soubesse que a comunidade tem muitas perguntas e questiona a realização dessa obra.
O trecho Norte do Rodoanel foi o primeiro a ser discutido, no começo dos anos 2000, mas a pressão da comunidade, devido aos impactos ambientais na serra da Cantareira, fez com que a DERSA adiasse a discussão, e o trecho Norte ficou como 4ª e última etapa da obra, para o "fechamento" do anel.
Marcelo Barbosa, gerente ambiental da DERSA, apresentou uma série de slides para as cerca de 100 pessoas que lotaram o auditório, e ficaram decepcionadas com as imagens, que não mostraram com precisão onde passaria o Rodoanel. De qualquer forma foram dadas informações importantes na palestra, que são abaixo sintetizadas:
1 - A DERSA analisou 19 opções de traçado no trecho Norte, e já definiu um traçado preferencial.
2 - Esse traçado preferencial é também chamado de "opção Sul", ficando no lado "de baixo" da serra da Cantareira, passando assim próximo dos distritos Brasilândia, Cachoeirinha, Mandaqui e Tremembé.
3 - Uma referência é o clube de funcionários da SABESP, na Vila Rosa: o traçado passaria exatamente sobre esse clube, onde ficava o primeiro reservatório de água da cidade de São Paulo
4 - O traçado preferencial terá seis túneis, sendo cinco no município de São Paulo, e um em Guarulhos.
5 - O EIA (Estudo de Impacto Ambiental) e o RIMA (Relatório de Impacto Ambiental) já foram feitos e protocolados na Secretaria Estadual do Meio Ambiente.
6 - Segundo o eng. Barbosa, a licença ambiental do trecho Oeste levou 4 anos, mas a do trecho Leste apenas 10 meses. Se forem aprovadas as licenças ambientais do trecho Norte, a proposta da DERSA é iniciar as obras em 2011, com entrega em 2014.
7 - Barbosa concordou com a afirmação do público, de que o traçado do Rodoanel vai passar pela zona de amortecimento (protetora) do Parque Estadual da Cantareira.
8 - O custo é de cerca de R$ 5 bilhões, valor que inclui as desapropriações necessárias.
9 - O EIA e o RIMA da trecho Norte já estão disponíveis para serem baixados no site www.dersa.sp.gov.br, clicando em Rodoanel, trecho Norte.(O mapa detalhado do traçado está na pág. 24 do RIMA)
Cristina Greco, da comissão de Meio Ambiente da OAB Santana, fez a leitura de perguntas dos moradores do condomínio Itatinga, do Jardim Peri, do bairro Cachoeira, do Tremembé, e do Núcleo Cabuçu em Guarulhos, entre outros, que estiveram presentes, e reclamaram da falta de comunicação com os moradores afetados, que só acontece agora, quando já tem um traçado definido. O engenheiro Barbosa afirmou que o momento de discutir começa agora, e que audiências públicas serão marcadas, onde as definições podem mudar.
Os presentes reforçaram a idéia da Serra da Cantareira como um patrimônio ambiental mundial, que faz parte do Cinturão Verde da Reserva da Biosfera, sancionado pela UNESCO. Foram lembrados os males que a sociedade já sofre, pelo privilégio aos automóveis. Também que já foi dito inclusive pelo ex-governador Serra, da possibilidade do Rodoanel ser uma "rodoferradura", ao não fechar no trecho Norte, devido aos obstáculos ambientais.
Armando Benetollo, do Conselho Comunitário Santana-Tucuruvi, informou que desde 1998 o Lions Tremembé se mobiliza para reverter essa obra que, segundo ele, é um investimento desnecessário e fere o meio ambiente. O Conselho encaminhou ofícios em 26/04/2010 (à DERSA) e em 23/09/2010, à Secretaria do Verde, pedindo o cancelamento do trecho Norte do Rodoanel. Benetollo entregou novo ofício nessa noite à OAB-Santana.
Fábio Mourão, presidente da AOB Santana, disse que as coisas podem ser mudadas, se houver uma forte pressão popular. Ele lembrou que um movimento recente na Zona Norte fez mudar a decisão do poder público de construir um entreposto cerealista na av. Zaki Narchi. O trabalho conjunto da comunidade fez com que o projeto fosse cancelado. Mourão pediu que as demandas de moradores sejam entregues por escrito, e que a OAB-Santana pode ser um canal para isso, através do e-mail santana@oabsp.org.br. Ela afirmou que o Ministério Público poderá ser acionado, em caso de ilegalidades cometidas sobre o meio ambiente.
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