Protesto reúne intelectuais contra Trecho Norte do Rodoanel
Lucas Pimenta
Não foi com faixas, cartazes ou gritos de ordem em frente de alguma secretaria a forma escolhida por um grupo de intelectuais, artistas e ambientalistas para protestar contra a construção do Trecho Norte do Rodoanel.
Reunidos no Teatro Oficina, no Bexiga, o grupo promoveu, na noite de ontem, um manifesto inusitado, fazendo uma ‘Macumba Antropófaga’ pela Serra da Cantareira, baseada na Semana de Arte Moderna de 1922 e na peça teatral correlata do diretor, ator e dramaturgo José Celso Martinez, o Zé Celso.
O evento teve apresentações musicais, um brinde pela Serra da Cantareira e contra a obra, além da assinatura de um manifesto escrito para promover a paralisação da construção, já aprovada pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente com início previsto para 2012. “Já fizemos diversas passeatas e levantamentos técnicos da obra, que vai tirar milhões de moradias e destruir a maior floresta urbana do mundo, mas queremos, com esse ato, levar o assunto à intelectualidade, debater com formadores de opinião, somar apoios e fazer com que o Governo pare e discuta a com a sociedade”, disse Elisa Putermanm, uma das organizadoras e integrante do Movimento de Defesa da Cantareira.
Para o diretor Zé Celso, o 1º a assinar o manifesto, ao lado do professor Aziz Ab’Saber, uma referência nos estudos de impactos ambientais, é importante que todos entrem na causa.
Segundo ele, que no último domingo, durante a peça, semeou figurativamente, em nome da Cantareira, e promoveu posts no Twitter do governador Geraldo Alckmin contra a obra, o momento é de debate. “Só vamos conseguir realizar nosso sonho, se não existir o Rodoanel.”
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