sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Governador Alckmin, depois de mandar PM confrontar com moradores do Pinheirnho, lava as mãos e vai a Catedral da Sé orar: QUE FALSIDADE!!!!!!

André Barrocal: Dilma trata Pinheirinho como “barbárie” As imagens comprovam.

26 de janeiro de 2012 às 23:02

André Barrocal: Dilma trata Pinheirinho como “barbárie” As imagens comprovam.





Dilma: ‘Pinheirinho é barbárie’
Em reunião fechada com representantes do comitê internacional do Fórum Social Mundial, Dilma Rousseff critica duramente ação policial contra sem teto em São Paulo. Segundo ela, governo federal negociava solução amistosa e foi surpreendido por despejo, hipótese que não tinha sido colocada concretamente. Ministra dos Direitos Humanos também condena violencia.
André Barrocal, na Carta Maior
Porto Alegre – A presidenta Dilma Rousseff classificou de “barbárie” a operação de despejo de 1,6 mil famílias sem teto da área do Pinheirinho, em São José dos Campos (SP), no último domingo (22). Dilma comentou o episódio nesta quinta-feira (26) em reunião com cerca de 90 representantes do comitê internacional do Fórum Social Mundial, em um hotel na capital gaúcha.
A presidenta foi provocada a tocar no assunto pelo empresário Oded Grajew, ex-presidente do Instituto Ethos de Responsabilidade Social, segundo relato feito à reportagem por uma pessoa presente à reunião. O empresário entregou a Dilma um documento sobre direito à moradia escrito por entidades populares que atuam na área.

Em resposta, a presidenta criticou duramente o que aconteceu, embora, segundo este participante, não tenha culpado ninguém especificamente.
“Pinheirinho é barbárie”, disse a presidenta de acordo com relato de um outro participante da reunião.
Segundo Dilma, o governo federal foi surpreendido, pois participava de negociações para um desfecho amigável e em nenhum momento a hipótese de despejo teria sido colocada concretamente – as outras autoridades na mesa de negociação eram de São Paulo e São José dos Campos.
A presidenta teria dito, porém, apesar de discordar do que ocorreu, o governo federal não tem muito o que fazer, pois respeita as demais autoridades – no caso, o governo de São Paulo e a prefeitura de São José dos Campos, ambos comandados pelo PSDB, e a Justiça paulista.
Na véspera, depois de participar de uma atividade no Fórum Social Temático, a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, tinha adotado a mesma posição de Dilma. Demarcou a posição diferenciada do governo federal, mas dizendo que se deve respeita as instituições paulistas.
“Nós da área dos direitos humanos somos naturalmente a favor de soluções pactuadas”, afirmou a ministra. “O governo federal ainda está aberto a negociar.”
Leia também:
Raquel Rolnik: Em vez de política, polícia

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Cineasta quebra protocolo e PROTESTA contra ações NAZIFASCISTAS do governo Alckmiin contra moradores do Pinheirinho

26 de janeiro de 2012


Alckmin fica com cara de tacho na entrega de prêmio da Secretaria da Cultura de São Paulo 

Miguel Baia Bargas

O filme Trabalhar Cansa, dos diretores Juliana Rojas e Marco Dutra, conquistou o Prêmio Governador do Estado para Cultura 2011, da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, na categoria Cinema.

A honraria, que distribuiu oito prêmios em dinheiro em várias categorias, foi entregue na noite de terça-feira, dia 24, e contou com várias autoridades (sic) de alta plumagem do estado.

O que não estava no script é que Juliana e Marco, no discurso protocolar de agradecimento ao receber o prêmio, lessem um manifesto, de cerca de três minutos, denunciando os episódios deploráveis ocorridos na USP, na Cracolândia e no Pinheirinho, em que a PM paulista agiu com violência contra a população. No começo a audiência tucana ficou calada, mas depois começaram vaiar para tentar acabar com o ato.

Quando o discurso terminou, o mestre de cerimônia anunciou o casal pindamonhanguense Alckmin, que estava com cara de cachorro que caiu da mudança.

Assista abaixo ao discurso e observe no final a cara de Alckmin. Aumente o som, porque o áudio está baixo.



Dica de Rita Vianna via Lourdes Nassif, no Facebook.

Em entrevista ao 'Estado', pedreiro conta como foi atacado pelos policiais em desocupação em São José

'Só estava ajudando minha ex', diz homem agredido por PM no Pinheirinho

Em entrevista ao 'Estado', pedreiro conta como foi atacado pelos policiais em desocupação em São José

25 de janeiro de 2012 | 18h 26
William Cardoso - O Estado de S.Paulo

FONTE: ESTADÃO
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - O servente de pedreiro Claudio Anésio Martins, de 48 anos, ficou conhecido após ser divulgado na internet vídeo em que aparece sendo agredido por um grupo de policiais militares no domingo, durante reintegração de posse da comunidade do Pinheirinho, em São José dos Campos. Localizado pelo Estado, ele contou que estava ali apenas para ajudar a ex-mulher e acabou atacado porque PMs acharam erroneamente que ele tinha atirado uma pedra.







O que o senhor estava fazendo no momento da agressão?Eu estava saindo de debaixo da tenda, quando vinham descendo uns quatro, cinco policiais. Daí eles perguntaram para mim por que eu estava jogando pedra neles. Falei "eu não, filho". Como, rapaz, se eu estava acabando de sair da tenda para ir até a rua? Daí um já veio me agredindo.
Como foi a agressão?O que estava mais à frente tirou o cassetete e veio para cima de mim. A primeira pancada bateu no meu braço. Ergui o braço e ele bateu na minha costela. Na hora em que ele daria outra pancada, coloquei a bolsa na minha frente. Os outros não fizeram nada, mas deram cobertura para o amigo deles.
O senhor guardou os nomes dos policiais?Não. O pessoal do Pinheirinho não estava por perto, então não poderiam me ajudar se eu precisasse ficar mais ali para anotar o nome. Vi que o único jeito de me defender era correndo para debaixo da tenda. Levantei rapidinho a lona e fiquei ali por dentro. Se não corresse para ali, talvez ele tivesse me batido mais. Daí, o resto poderia vir para cima de mim, como fizeram com um sindicalista. Eles são covardes, viu.
O senhor procurou algum socorro?Não, porque foi só a pancada. Inchou um pouco. A minha ex-mulher passou um Gelol em mim. Fiquei uns três dias com dor. Ontem, tomei um antibiótico e hoje outro.
Morava no Pinheirinho?Morei por três anos com a minha ex-mulher, mas estava dando um apoio para ela. Agora, eu moro em Jacareí.

Leia a íntegra da entrevista na edição de O Estado de S.Paulo desta quinta-feira, 26

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Quem quiser tirar uma cópia da certidão de nascimento, ou de casamento, não precisa mais ir até um cartório, pegar senha e esperAr um tempão na fila. O cartório eletrônico, já está no ar!

MUITO INTERESSANTE!!!

Cinco informações úteis não divulgadas! Principalmente a QUARTA

1. Quem quiser tirar uma cópia da certidão de nascimento, ou de casamento, não precisa mais ir até um cartório, pegar senha e esperAr um tempão na fila.
O cartório eletrônico, já está no ar!

Nele você resolve essas (e outras) burocracias, 24 horas por dia, on-line. Cópias de certidões de óbitos, imóveis, e protestos também podem ser solicitados pela internet.
Para pagar é preciso imprimir um boleto bancário. Depois, o documento chega por Sedex.

Passe para todo mundo, que este é um serviço da maior importância.

2. DIVULGUE. É IMPORTANTE: AUXÍLIO À LISTA
Telefone 102... não!
Agora é: 08002800102
Vejam só como não somos avisados das coisas que realmente são importantes......
NA CONSULTA AO 102, PAGAMOS R$ 1,20 PELO SERVIÇO.
SÓ QUE A TELEFÔNICA NÃO AVISA QUE EXISTE UM SERVIÇO VERDADEIRAMENTE GRATUITO.

Não custa divulgar para mais gente ficar sabendo.


3. Importante: Documentos roubados - BO (boletim de occorrência) dá gratuidade - Lei 3.051/98 - VOCÊ SABIA???

Acho que grande parte da população não sabe, é que a Lei 3.051/98 que nos dá o direito de em caso de roubo ou furto (mediante a apresentação do Boletim de Ocorrência), gratuidade na emissão da 2ª via de tais documentos como:
Habilitação (R$ 42,97);
Identidade (R$ 32,65);
Licenciamento Anual de Veículo (R$ 34,11)..

Para conseguir a gratuidade, basta levar uma cópia (não precisa ser autenticada) do Boletim de Ocorrência e o original ao Detran p/ Habilitação e Licenciamento e outra cópia à um posto do IFP..

4) MULTA DE TRANSITO : essa você não sabia

No caso de multa por infração leve ou média, se você não foi multado pelo mesmo motivo nos últimos 12 meses, não precisa pagar multa. É só ir ao DETRAN e pedir o formulário para converter a infração em advertência com base no Art. 267 do CTB. Levar Xerox da carteira de motorista e a notificação da multa.. Em 30 dias você recebe pelo correio a advertência por escrito. Perde os pontos, mas não paga nada.
Código de Trânsito Brasileiro
Art. 267 - Poderá ser imposta a penalidade de advertência por escrito à infração de natureza leve ou média, passível de ser punida com multa, não sendo reincidente o infrator, na mesma infração, nos últimos doze meses, quando a autoridade, considerando o prontuário do infrator, entender esta providência como mais educativa.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Carta Capital mostra quem assiste BBB

A serviço da treva

Âncora do Jornal Nacional da Globo, William Bonner espera ser assistido por um cidadão o mais possível parecido com Homer Simpson, aquele beócio americano. Arrisco-me a crer que Pedro Bial, âncora do Big Brother, espere a audiência da classe média nativa. Ou por outra, ele apostaria desabridamente no Brasil, ao contrário do colega do JN. Se assim for, receio que não se engane.
É que a Globo procura. Achou Daniel, que tem o mérito de ser contra as cotas. Foto: Frederico Rozário/TV Globo
Houve nos últimos tempos progressos em termos de inclusão social de sorte a sugerir aos sedentos por frases feitas o surgimento de uma “nova classe média”. Não ouso aconselhar-me com meus carentes botões a respeito da validade dos critérios pelos quais alguém saído da pobreza se torna pequeno burguês. Tanto eles quanto eu sabemos que para atingir certos níveis no Brasil de hoje basta alcançar uma renda familiar de cerca de 3 mil reais, ou possuir celular e microcomputador.
Tampouco pergunto aos botões o que há de “médio” neste gênero de situações econômicas entre quem ganha salário mínimo, e até menos, e, digamos, os donos de apartamentos de mil metros quadrados de construção, e mais ainda. Poupo-os e poupo-me. Que venha a inclusão, e que se aprofunde, mas est modus in rebus. Se, de um lado, o desequilíbrio social ainda é espantoso, do outro cabe discutir o que significa exatamente figurar nesta ou naquela classe. Quer dizer, que implicações acarreta, ou deveria acarretar.
Aí está uma das peculiaridades do País, a par do egoísmo feroz da chamada elite, da ausência de um verdadeiro Estado de Bem-Estar Social etc. etc. Insisto em um tema recorrente neste espaço, o fato de que os efeitos da revolução burguesa de 1789 não transpuseram a barreira dos Pireneus e não chegaram até nós. E não chegou à percepção de consequências de outros momentos históricos também importantes. Por exemplo. Alastrou-se a crença no irremediável fracasso do dito socialismo real. Ocorre, porém, que a presença do império soviético condicionou o mundo décadas a fio, fortaleceu a esquerda ocidental e gerou mudanças profundas e benéficas, sublinho benéficas, em matéria de inclusão social. No período, muitos anéis desprenderam-se de inúmeros dedos graúdos.
A ampliação da nossa “classe média”, ou seja, a razoável multiplicação dos consumidores, é benfazeja do ponto de vista estritamente econômico, mas cultural não é, pelo menos por enquanto, ao contrário do que se deu nos países europeus e nos Estados Unidos depois da Revolução Francesa. De vários ângulos, ainda estacionamos na Idade Média e não nos faltam os castelões e os servos da gleba, e quem se julga cidadão acredita nos editoriais dos jornalões, nas invenções de Veja, no noticiário do Jornal Nacional. Ah, sim, muitos assistem aoBig Brother.
Estes não sabem da sua própria terra e dos seus patrícios, neste país de uma classe média que não está no meio e passivamente digere versões e encenações midiáticas. Desde as colunas sociais há mais de um século extintas pela imprensa do mundo contemporâneo até programas como Mulheres Ricas, da TV Bandeirantes. Ali as damas protagonistas substituíram a Coca e o Guaraná pelo champanhe Cristal. Quanto ao Big Brother, é de fonte excelente a informação de que a produção queria um “negro bem-sucedido”, crítico das cotas previstas pelas políticas de ação afirmativa contra o racismo. Submetido no ar a uma veloz sabatina no dia da estreia, Daniel Echaniz, o negro desejado, declarou-se contrário às cotas e ganhou as palmas febris dos parceiros brancos e do âncora Pedro Bial.
 A Globo, em todas as suas manifestações, condena as cotas e não hesita em estender sua oposição às telenovelas e até ao Big Brother. E não é que este Daniel, talvez negro da alma branca, é expulso do programa do nosso inefável Bial? Por não ter cumprido algum procedimento-padrão, como a emissora comunica, de fato acusado de estuprar supostamente uma colega de aventura global, como a concorrência divulga. Há quem se preocupe com a legislação que no Brasil contempla o específico tema do estupro. Convém, contudo, atentar também para outro aspecto.
A questão das cotas é coisa séria, e quem gostaria de saber mais a respeito, inteire-se com proveito dos trabalhos da GEMAA, coordenados pelo professor João Feres Jr., da Universidade do Estado do Rio de Janeiro: o site deste Grupo de Estudos oferece conteúdo sobre políticas de ação afirmativa contra o racismo. Seria lamentável se Daniel tivesse cometido o crime hediondo. Ainda assim, o programa é altamente representativo do nível cultural da velha e da nova classe média, e nem se fale dos nababos. Já a organização do nosso colega Roberto Marinho e seu Grande Irmão não são menos representativos de uma mídia a serviço da treva. •

BBB - BIG BORDEL BRASIL

Ou BBB - BIG BUNDA BRASIL?
 
Não pode ser descartada a possibilidade do tal "estupro" ser um factóide que está fazendo todo o país, mesmo os que não assistem a esse lixo, estar falando desse lixo... e assim, puxando a audiência desse lixo.
 
Sim, é vergonhoso, para não dizer imbecilizante, para não dizer canalha, a atitude do maior veículo de mídia do país, vale dizer, uma concessão pública, de deseducar a população passando trechos desse BBB durante todo o dia.
 
Não se trata apenas de ter um controle remoto e mudar de canal.  A questão é mais séria que isso.  É uma questão de mudança de paradigma cultural, de reverter uma colonização mental baseada em modelos industriais, gerados nos pólos capitalistas consolidados (esse modelo de reality nasceu na Europa), e semeados aqui, onde, com os agrotóxicos que mataram a escola pública de qualidade, em se plantando baixo nível, cresce ignorância.
 
Tarefa para quem?  Arrisco dizer:  para cada um de nós.
 
Britto
Portal ZNnaLinha - www.znnalinha.com.br

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Madame volta sem Satã

Famoso na era que o Punk Rock fervilhava...

 Referência do público alternativo de São Paulo na década de 80, a casa noturna Madame Satã foi, durante anos, considerada pelos seus frequentadores uma espécie de Templo Underground. O clube, que foi fundado em 1983 pelos irmãos Wilson e William Santos e desativado em 2007, terá suas atividades retomadas a partir do próximo mês, agora sob a administração do DJ Gé Rodrigues e de Igor Calmona, sócios e também donos de outras casas noturnas da cidade, entre elas, a DJ Club, balada paulistana localizada no bairro dos Jardins.
Cartaz de 1985, auge do Matame Satã. Foto: Arquivo Pessoal/Alex Antunes
Para sua reinauguração, prevista para 29 de fevereiro, o casarão, situado na Bela Vista, passou por inúmeras reformas, já que o imóvel estava em péssimas condições. “Quando entramos no casarão, ele estava totalmente destruído. Cupins devorando as janelas, toda a fiação elétrica antiga roubada. Buracos nas telhas, por onde toda noite a casa era invadida por drogados que permaneciam lá dentro. Enfim, uma situação bem triste para esse lugar histórico”, conta Paula Micchi, diretora cultural do lugar. O clima rockeiro, contudo, ainda é a base da decoração.
O desejo de reabrir o espaço surgiu por razões sentimentais: Gé Rodrigues, hoje com 39 anos, trabalhava como office-boy e fazia panfletagem dos eventos da casa para divulgação. Mais tarde, foi promovido a DJ. Nessa época o Madame Satã viveu seu auge, sendo palco de eventos diversos, como shows, performances, peças, desfiles e exposições.
O público que comparecia era variado. Entre os célebres frequentadores estavam artistas como Cazuza, Renato Russo e Dinho Ouro Preto, que chegaram a cantar no local.
O jornalista Alex Antunes também fazia parte deste grupo fiel e relembra as noites vividas no local: “O Satã era minha segunda casa. Tive a honra de fazer o que provavelmente foi o primeiro show na casa. Meu falecido amigo Caito Gomide de Camargo alugou o porão para fazer uma festa de despedida porque estava indo para os Estados Unidos e chamou três bandas para tocar. Uma delas era a minha”.
Apesar de estar inativo há pouco tempo, o casarão-sede do Madame Satã nem sempre pertenceu aos mesmos donos e nem sempre funcionou com este nome. Nos anos 90 tornou-se o Morcegóvia e, depois, o TheThe, até reabrir em 1999 como o novo Madame Satã, reverenciando o passado, mas também  incluindo em sua agenda novas tendências musicais. Não deu certo por conta de problemas administrativos.
Para 2012, o bar ressurge apenas como “Madame”. Terá na agenda eventos diurnos, como cursos de DJ, teatro e dança.
As noites de sábado serão reservadas para o flashback anos 80, com discotecagem do próprio Gé Rodrigues e do DJ Magal, que também fazia parte da equipe original do Madame Satã.
O bar também contará com uma programação teatral, com temas underground e montagens de humor grotesco – nada de stand up comedies, prometem os proprietários.
Para a estreia, já está agendada a montagem de uma peça dirigida por Marcelo Marcus Fonseca. O nome: “São Paulo Surrealista”.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Truculência e política se misturam em ação na Cracolândia

DE 

Carta Capital





Na segunda-feira 16, a tentativa de politizar o drama dos viciados em crack, hoje alvo de uma operação da Polícia Militar em São Paulo, ganhou contornos partidários. Em debate promovido pelo PSDB, os pré-candidatos do partido para prefeito de São Paulo utilizaram o tema como mote para criticar o PT de Fernando Haddad, provavelmente o principal concorrente na disputa. Andrea Matarazzo, secretário estadual de Cultura, aproveitou para bater na gestão de Marta Suplicy na capital paulista, entre 2001 e 2004 – e que segundo ele, teria sido reponsável por consolidar o crack na região da Luz, no centro da cidade, conhecida como Cracolândia.
Foi o sinal mais claro, até o momento, de fugir da questão jogando no colo de um adversário político.
Mas não foi o único.
Também pré-candidatos, o deputado Ricardo Trípoli e o secretário José Anibal (Energia) buscaram “federalizar o problema”, com críticas aos governos Lula e Dilma Rousseff – que, segundo eles, não conseguiram impedir a entrada da droga no país durante a gestão pela Bolícia nem oferecer tratamento adequado aos viciados no Sistema Único de Saúde (SUS). Bruno Covas, secretário estadual do Meio Ambiente, seguiu a linha, mas de forma menos estrondosa. Disse no debate que a prefeitura não pode e não será entregue a grupos que querem se perpetuar no poder.


Secretário estadual de Cultura e pré-candidato tucano, Andrea Matarazzo. Foto: Governo do Estado de S. Paulo

Bruno Covas, secretário estadual do Meio Ambiente. Foto: Pedro Calado/SMA

Secretário estadual de Energia, José Aníbal.
“O crack não é oriundo do Brasil. Eles estão há nove anos no governo e não fizeram nada para que os entorpecentes não entrassem pela Bolívia. Agora vem aqui dar palpite na política de São Paulo”, disse Trípoli.
“Hoje, o SUS não finacia o tratamento dos dependentes”, acrescentou Aníbal. Ao mesmo tempo, questionado sobre a ação deflagrada pelo governo estadual no sabado 14, Haddad disse ao jornal Folha de S. Paulo que a operação foi desastrada. Matarazzo saiu em defesa e acusou o PT de estar fazendo politicagem com a situação.
O episódio se contrapõe ao discurso de que a presidenta Dilma viva uma “lua de mel” com os governos estadual e municipal de São Paulo. E que os esforços para mostrar ações integradas entre as esferas do governo são apenas discurso.
Na quinta-feira 12, a presidenta havia defendido o bom relacionamento entre os partidos de oposição, no que ela chamou de decoro governamental. “É impossível no Brasil um governante achar que se governa sem os governos estaduais e os prefeitos. Não governa”, disse.
Em entrevista a CartaCapital, o arquiteto Jorge Bassani, que pesquisa a região da Cracolândia, afirma que pouco foi feito nos últimos anos para tentar solucionar o problema dos viciados na região central de São Paulo. Agora, no fim da gestão, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) tentou mostrar sua atuação. Alckmin, segundo ele, aproveitou para “tirar uma casquinha”, com o aumento da visibilidade possibilitado pela ação da Polícia Militar. “Essa gestão vai sair completamente desmoralizada em relação à Luz”, afirma Bassani. “A operação corre o risco de se tornar algo meramente midiático”.
Embora seja cedo para avaliar se de fato a ação vai despertar o apoio da opinião pública, aFolha de S. Paulo noticiou nesta terça-feira 17 que Kassab tinha em mãos uma pesquisa de opinião, desde 2011, mostrando que população demandava uma atuação mais forte na repressão ao uso e tráfico de drogas.
A operação foi criticada na mídia pela falta de sincronia entre a repressão policial e estratégias de tratamento e pela ausência de comunicação entre os altos escalões governamentais.
Além disso, especialistas apontam que repressão é desmedida, e a estratégia tem um perfil higienista. Na segunda-feira 16, a própria PM inaugurou uma estratégia de comunicação para reforçar a imagem da instituição durante a operação Centro Legal, com auxílio de sites e redes sociais. Além de textos explicando objetivos da ação, a PM criou uma página no Facebook em que internautas podem prestar apoio à instituição.
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